A preservação
digital encontra dificuldades e desafios que muitos acreditam na simples
solução através da digitalização, reprodução ou cópia do material digital. Na
verdade, a problemática em torno dessa questão exige uma série de técnicas e
responsabilidades que até o momento se apresentam como verdadeiros desafios
para bibliotecários, arquivistas, museólogos e profissionais da tecnologia da
informação
Antes de abordarmos os desafios e dificuldades da
preservação digital, vale retomar sua definição:
“A preservação digital sob o aspecto dos processos de
gestão envolvidos na administração das atividades necessárias para garantir que
um objeto digital possa ser acessado e utilizado no futuro, a partir das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TICs) existentes na época e com garantias de sua
autenticidade.” (Grácio, 2011, p. 67)
A partir disto, analisaremos a complexidade que este processo envolve:
“Garantir que um objeto digital possa ser
acessado e utilizado no futuro” (Grácio,
2011, p.67) “A preservação de
longo prazo das informações digitais está seriamente ameaçada pela vida curta
das mídias, pelo ciclo cada vez mais rápido de obsolescência dos equipamentos
de informática, dos softwares e dos formatos.” (CONARC, 2005, p.2)
Continuando a análise conceitual da preservação da
informação, temos:
“A
partir das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) existentes na época e
com garantias de sua autenticidade” (Grácio, 2011, p.67)- “Atualmente, não
obstante os pesados investimentos em tecnologia da informação há uma crescente
debilidade estrutural dos sistemas eletrônicos de informação, que os
incapacitam de assegurar a preservação de longo prazo e o acesso contínuo às
informações geradas num contexto de rápido avanço tecnológico.” (CONARC, 2005,
p.2)
Como apresentado no Workshop Internacional em Ciência da Informação (2009) os principais desafios são:
- “Manter atualizado o acesso a grandes quantidades de documentos digitais.
- Alcançar uma melhor administração dos riscos
- Construir parcerias
- Chamar a atenção dos principais atores envolvidos com objetos digitais
- Evitar redundância
- Maximizar os esforços de preservação.”
Para Grácio (2011, p. 59) destacam-se os seguintes
desafios:
- “Mudanças e avanços muito rápidos nas tecnologias de acesso à informação digital, causados principalmente pelo surgimento da Internet;
- Capacidade das pessoas e das instituições de assimilarem as mudanças, ou seja, como inseri-las em sua cultura através de um comportamento positivo;
- Obsolescência do hardware e do software, que, com os avanços tecnológicos, se tornam ultrapassados muito rapidamente;
- A explosão da quantidade de informação armazenada em meio digital, que cresce a cada dia, substituindo os meios de armazenamento tradicionais;
- As mudanças no formato dos arquivos e das mídias de armazenamento;
- Custo elevado das novas tecnologias.”
Todos esses pontos exigem não apenas qualificação dos
profissionais envolvidos, como também a busca por soluções para cada item
descrito e os inúmeros outros desafios que surgirão neste processo. Como vimos,
nas postagens anteriores há entidades e grupos respeitados que já avançaram em
muitas questões até aqui.
Gostaríamos de destacar o papel da disciplina de Tecnologias da Informação (T.I) em nossa formação, que além de trabalhar os
conceitos básicos da matéria de T.I está contribuindo para os itens terceiro e
quarto descritos no workshop mencionado: “Construir parcerias e Chamar a
atenção dos principais atores envolvidos com objetos digitais.” Ainda não somos
principais atores envolvidos, mas poderemos vir a ser.
Estes desafios e dificuldades não devem ser vistos como
entraves, mas sim possibilidades de consolidação de áreas especializadas de
atuação e a valorização dos profissionais envolvidos que irão garantir para
seus usuários, sociedade e entidades a informação de qualidade de forma rápida e segura.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Conselho Nacional de Arquivos. Câmara Técnica de
Documentos Eletrônicos. Carta para a
Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital: preservar para garantir o
acesso. Brasília: CONARQ, 2009. . Disponível em: http://www.conarq.arquivonacional.gov.
br/media/carta.pdf. Acesso em 26 jan. 2013
GRÁCIO,
J.C.A. Preservação digital na gestão da informação: um modelo processual
para as instituições de ensino superior. 2011. 223p. Tese (Doutorado em ciência da
informação) - Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2011.
WORKSHOP
INTERNACIONAL EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 4, 2009, Brasília: Questões Práticas sobre Preservação Digital: Brasília: MAM, 81p.
Disponível em: <http://www.slideshare.net/gemireki/questes-prticas-sobre-preservao-digital> Acesso em
26 jan. 2013.
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