Dando continuidade à abordagem dos assuntos inerentes à preservação digital, é importante destacar o uso do repositório DSpace (http://www.dspace.org/), pois ainda que criado em decorrência da Iniciativa de Arquivos Abertos e do Movimento de Acesso Aberto à Informação Científica, o mesmo é uma ferramenta de apoio na preservação digital.
Primeiramente, o que vem a ser um repositório digital? “É uma forma de armazenamento de objetos digitais que tem a capacidade de manter e gerenciar material por longos períodos de tempo e prover o acesso apropriado” (VIANA; MÁRDERO ARELLANO; SHINTAKU, 2005). Tal estratégia de armazenamento faz uso de padrões como o protocolo de coleta de metadados da Iniciativa dos Arquivos Abertos (OAI – PMH). O modelo OAI facilita o compartilhamento de metadados com outras instituições.
Desta forma, muitas universidades, por exemplo, têm criado seus repositórios institucionais, pois são espaços onde sua produção científica e acadêmica é depositada e divulgada mais amplamente por estar disponível em plataforma web e propicia o acesso a longo prazo.
No que refere-se à preservação digital, através dos repositórios institucionais “é garantido o gerenciamento das mudanças tecnológicas e a migração do conteúdo digital para novas versões de mídia eletrônica” (VIANA; MÁRDERO ARELLANO; SHINTAKU, 2005).
Essa breve contextualização nos permite falar sobre o DSpace, um repositório digital criado pelo MIT Libraries e a Hewlett-Packard (HP). O DSpace “captura, armazena, indexa, preserva e redistribui a informação de uma instituição em formato digital” (IBICT). Por ser um software livre, de código aberto, disponibilizado gratuitamente, qualquer instituição, a nível internacional, pode customizar e adaptá-lo independentemente para suprir suas necessidades de arquivamento, como repositórios institucionais, biblioteca digitais e gerenciamento eletrônico de documentos (GED).
O conteúdo digital armazenado no Dspace pode ser exportado junto com os metadados em um formato de arquivo XML. Ou seja, havendo necessidade de exportação isso será possível, a informação não estará perdida.
Para que os recursos armazenados no presente estejam disponíveis num futuro distante para pesquisa e recuperação, os repositórios digitais, assim como o DSpace, têm como objetivo e requisito referenciar de forma persistente os seus recursos. Para isso, identificadores persistentes são criados para cada item, coleção e comunidade armazenada no sistema, através do CNRI Handle System. É programado um mecanismo independente do local físico de armazenamento da informação. Desta maneira, uma referência estável e de longo prazo é garantida para que se tenha acesso e os objetos digitais nele compartilhados sejam presevados.
Qualquer tipo de organização ou empresa, até pessoas individualmente, pode fazer download e utilizar o software, além de modificar o sistema para ajustá-lo aos padrões específicos desejados.
Todo tipo de documento em formato digital pode ser inserido no DSpace, como artigos, relatórios, livros, teses, imagens, arquivos de áudio, material de ensino, entre outros.
A seguir, listamos alguns repositórios digitais que utilizam o software Dspace no Brasil:
- Acervo Digital do INMETRO http://repositorios.inmetro.gov.br/
- Repositório da Universidade Federal Fluminense http://200.20.0.246:8080/jspui/
- RIDI – Repositório Institucional Digital do IBICT http://repositorio.ibict.br/
- Braziliana – USP http://www.brasiliana.usp.br/
- INFOTECA – EMBRAPA http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/
Exemplificamos também alguns repositórios digitais estrangeiros que utilizam o software Dspace:
- Repositorium https://repositorium.sdum.uminho.pt/
- Repositorio Digital Del Departamento de Biblioteconomia y Documentación
- RUA. Repositorio Institucional de la Universidad de Alicante http://rua.ua.es/dspace/
REFERÊNCIAS:
VIANA, C. L. M; MÁRDERO ARELLANO, M. A.; SHINTAKU, M. Repositórios institucionais em Ciência e Tecnologia: uma experiência de customização do Dspace. In: Proceedings Simposio Internacional de Bibliotecas Digitais,3., 2005, São Paulo. Anais... São Paulo. Disponível em: <http://eprints.rclis.org/bitstream/10760/7168/1/viana358.pdf >. Acesso em: 15 jan. 2013.
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