terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os metadados de Preservação

Metadados


Nos dias de hoje, é virtualmente impossível discutir serviços e sistemas de informação sem o envolvimento direto com questões relacionadas aos metadados. Embora o termo “metadados” seja uma invenção relativamente recente – primordialmente ele foi usado no contexto dos sistemas de banco de dados para descrever e controlar a gestão e o uso dos dados. (DAY apud SAYÃO 2010).  A National Information Organization (NISO) define ''metadados'' como uma informação estruturada que descreve, explica, localiza, ou ainda possibilita que um recurso informacional seja fácil de recuperar, usar ou gerenciar. Além disso, o  termo é freqüentemente designado como dados sobre dados, ou ainda como informação sobre informação.

Vale ressaltar ainda que os metadados também são objetos digitais, portanto eles devem possuir os atributos dos objetos adequados, como integridade, persistência e identificação, pois eles possuem funções que são demasiadamente importantes para o acesso e para a interpretação dos recursos informacionais digitais. Dentre estas funções, o Arquivo Nacional destaca como as principais:
  • a descoberta de recursos - que permite que recursos sejam identificados, localizados, selecionados por critérios de relevância e distinguidos por diferenças e similaridades;
  • a organização de recursos;
  • a facilitação da interoperabilidade;
  • a identificação digital;
  • a Preservação Digital.
De acordo com Sayão (2010), quando submergimos no mundo dos documentos digitais, constatamos que outras dimensões dos metadados, que ultrapassam os limites de ferramenta para a descrição e descoberta de recursos, precisam ser reveladas e exploradas. Isto porque os objetos digitais para serem gerenciados e usados requerem processos de maior amplitude, que implica em identificar informações precisas para instruí-los adequadamente.

Metadados de Preservação Digital

A preservação da informação digital a longo prazo envolve variáveis como planejamento cuidadoso, tecnologia e orçamentos vultosos, e cuja complexidade tem arrefecido o entusiasmo das bibliotecas digitais e demais organizações de patrimônio informacional em disponibilizar seus estoques digitais para as futuras gerações. Para Sayão (2010), está cada vez mais claro – para a prática e para a teoria – que existe uma parte do problema de preservação digital de longo prazo que só será resolvido a partir da identificação de um conjunto de dados e informações, expressos na forma de metadados, que ancorem os processos de gestão da preservação digital. Desta forma será possível assegurar que o recurso de valor contínuo sobreviva ao longo do tempo e continue sendo acessível e, não menos importante, que não perca a capacidade de ter seus significados apropriadamente interpretados no tempo que for necessário pelas comunidades para quem a informação, de forma privilegiada, se dirige.

''A criação e uso de metadados é uma parte importante em todas as estratégias operacionais de preservação digital, uma vez que elas estão baseadas na conservação de software e hardware, emulação ou migração, como um meio para garantir a autenticidade, registrar o gerenciamento de direitos e coleções de dados, e para a interação com recursos de busca'' (Rothenberg apud Arellano, 2004)

De acordo com o Arquivo Nacional (2007) metadados de preservação são informações que apoiam e documentam os processos associados à preservação digital de longo prazo. Estes são utilizados para armazenar informações técnicas e administrativas sobre decisões e ações de preservação, para documentar as ações de preservação tomadas, como políticas de migração ou de emulação , para registrar os efeitos das estratégias de preservação, assegurar a autenticidade dos recursos digitais ao longo do tempo e registrar informações sobre gestão de coleções e de direito.


Portanto, de acordo com Arellano (2004),  os metadados de preservação são uma forma especializada de administrar metadados que podem ser usados como um meio de estocar a informação técnica que suporta a preservação dos objetos digitais, visando apoiar e facilitar a retenção a longo prazo da informação.


REFERÊNCIAS


ARELLANO, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 15-27, mai./ago. 2004

DAY, Michael. Preservation metadata initiatives: practicality, sustainability, and interoperability. In: Bischoff, F. M., Ross, S., eds. Metadata in preservation: selected papers ERPANET Seminar at the Archives School Marburg, 2003. Marburg: Archivschule Marburg, 2004, p. 91-117.

SAYÃO,  Luís Fernando. Uma outra face dos metadados: informações para a gestão da preservação digital. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf.: Florianópolis, v. 15, n. 30, p.1-31, 2010.

Metadados para preservação digital (Arquivo Nacional)


Nenhum comentário:

Postar um comentário